Tô no ensino médio e não sei o que aconteceu com as pessoas da escola secundária (vou pra escola estadunidense). Tenho uma amiga que era uma valentona e agora q ela não tá fazendo bullying comigo, ela odeia alguém mais e quer fazer bullying com ele.
Tô no ensino médio e não sei o que aconteceu com as pessoas da escola secundária (vou pra escola estadunidense). Tenho uma amiga que era uma valentona e agora q ela não tá fazendo bullying comigo, ela odeia alguém mais e quer fazer bullying com ele.
@blackwitch@lemmy.eco.br
Terminei o ensino médio há 12 anos (estou com três décadas de idade). Não sei o que aconteceu com meus ex-colegas e, sendo bem sincero, nem quero saber, haha. Meu último contato com alguns dos já então ex-colegas era a rede do Zuckerberg onde encerrei minha conta faz tempo.
O que eu escuto sobre o ambiente escolar de hoje em dia é que o bullying agora tem um alcance mais amplo. Digo, na minha época (sempre noto um fio de cabelo branco nascendo toda vez que eu digo essa frase), a internet ainda estava no começo da popularização, os celulares ainda eram aqueles Nokia tijolão (ou, então, aquele celular da guitarrinha) e redes sociais eram Orkut, MSN, ICQ, Yahoo Messenger e um Facebook surgindo. O bullying, portanto, se limitava ao mundo material, embora não se limitasse às fronteiras do ambiente escolar (exemplo: quantas vezes eu sofri bullying nas ruas próximas à escola, mesmo muitas vezes saindo pela porta da diretoria apesar de as inspetoras não gostarem que eu saísse por lá mas nada faziam com relação aos bullyings).
Não iam até em casa, porque ali haviam adultos pra proteger das outras crianças, então a casa era um ambiente mais ou menos seguro nesse sentido. Hoje, com a internet como extensão do mundo material, o bullying está chegando na casa das pessoas.
Não sei o que é pior: o bullying físico mas limitado às adjacências da escola, ou o bullying que alcança esse tijolo brilhante que passamos a carregar diariamente, bem como deixando marcas digitais, ecos no ciberespaço.
Hoje adulto, o bullying que sofro é outro: o do capitalismo, que quer que eu me submeta diariamente aos desígnios de um suíno riquinho que detém pra si os meios de produção pra eu poder ter o direito de comer e ter um teto. Com esse bullying, o bullying que sofri no passado escolar é uma distante lembrança traumática pra mim, sobreposta pelos traumas da contemporaneidade (distopia tecnológica, mudanças climáticas, cristofascismo em ascensão gradualmente tratorando todas as conquistas que com muito esforço tivemos por direitos e inclusão inclusive de pessoas neurodivergentes, etc).